Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

YONE GIANNETTI FONSECA
( Minas Gerais – Brasil )

 

Yone Gianetti da Fonseca é uma poeta brasileira. Ganhou em 1976 o 18.º Prêmio Jabuti, na categoria Poesia, com seu livro Rosa Dialética.

Formou-se em Letras pela UFMG e em Psicologia pela Faculdade de Filosofia de São Paulo. Em 1981, ficou em segundo lugar no Concurso Nacional de Poesia Cruz e Sousa, com o livro Mulher[3].

Integrou o movimento da Poesia-práxis, ao lado de Mário Chamie e Armando Freitas Filho, entre outros.

Filha de Américo Renné Gianetti (prefeito de Belo Horizonte entre 1951 e 1954), é mãe do filósofo Eduardo Gianetti da Fonseca.

Obras: 1963 - A fala e a Forma: poemas-práxis - Centro de Estudos Mineiros da Universidade de Minas Gerais; 1975 - Rosa Dialética – Quiron - 1981 - A Mulher – FCC.; 1998 - Cristal/Carvão – Iluminuras.

Biografia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Yone_Giannetti_Fonseca  

ROTEIRO DA POESIA BRASILEIRA: ANOS 60.  Seleção e
prefácio Pedro Lyra; direção Edla van Steen.  São Paulo:
Global, 2011.  (Coleção Roteiro da Poesia Brasileira)
ISBN 978-85-260-1153-3                
Ex. bibl. Salomão Sousa

 

 

ENTRE O SONHO E O NOJO

Nenhum panorama
Além desta tarde
De cimento e lama

Nenhum desafogo
No jogo incansável
Entre o sonho e o nojo.

Nenhuma surpresa
No gozo da prenda:
Só cara ou coroa.

Nenhuma palavra
Tão desnecessária
Que não seja caça.

Somente o recalque
Desta virgindade
Disfarçada em atos.

Nenhum desenlace,
Apenas a lágrima
Inundando a alma.

À beira do rio
O mapa das praias
Como uma miragem.

Nenhuma verdade
Tão inteira e intacta,
Que não se descarte.

Somente o desastre
Deste com sem arte
De não ser abstrato.

Nenhuma memória,
Nenhum estandarte
Somente um ensaio

Que ninguém repara,
Sempre uma cachaça
Inundando a carne.

                  Rosa dialética (1975)

 

 

POEMA PARA O FILHO QUE SE CASA

Que este sonho inaugurado
Em tua carne, em teus atos,
Não se dissolva, abstrato,
Ao contacto dos cactos.

Que este intervalo de orvalho
Em seu sorriso espelhado,
Mesmo exaurido, restaure
Futuras noites de barro.

E nas urgências vividas
Em teu sonhar acordado,
Um pouco, muito persista
Desta brasa, desta brisa.

Que no sonho consumado
Nos embaraços dos laços,
Reste um desfrute de vida
Como fruto da saudade.

                  Rosa dialética (1975)

 

MULHER – I

E agora, mulher,
Que soltou seus freios,
Que saiu dos eixos.

E agora, camélia,
Sua carne manchada,
Transada, se salva?

E agora, o pecado
Tão moderno e quente
Vai ter Happy-end?

E agora, mulher,
Você vai poder
Pisar firme e reta?

Borboleta bêbada
De vinho e desejo,
Depois desta entrega.

Depois deste incêndio,
Cadê seu sossego,
Cadê seu roteiro?

E agora, mulher,
Que você aborta,
Que você desbunda.

E que arromba portas
Erguendo um revólver,
E que faz negócios.

E que puxa fumo,
Você desconfia
Que tudo é um gemido?

E agora, mulher,
Nordestina, escória,
Que virou carioca?

Que virou miragem,
Robô, operárias,
Puta e favelada?

Tão trivial e exposta
Ao consumo e à sorte
De uma coisa morta?'

 

POESIA PRAXIS

 

 

YONE GIANNETTI FONSECA

 

Prêmio Jabuti Poesia 1976 com Rosa Dialética.

Livro mais recente: Cristal Carvão.

 

“Em Entrevista (um fragmento), Yone Giannetti Fonseca pregunta y responde com infinitivos que impiden la explicación y concentran uma duda altamente crítica y lírica.  MARIO CHAMIE

 

 

VOCABULARIO DE LOS POEMAS

(Ángel Crespo)

 

ENTREVISTAS: ter: tener; risco: riesgo; quisto: quiste; tino: tacto, juicio, cordura; sina: sino, suerte, destino; gole: trago, sorbo; fole: fuelle; prumo: plomada, plomo (fig. Prudência); doer: doler; coice: coz; cocho: cuezo, artesa.

 

 

Entrevistas

(fragmento)

 

Ser é ter?

Ter é viver?

Lote é dote,

Mote ou bote?

 

Ser é crer?

Crer é poder?

Cristo é trigo,

Risco ou quisto?

 

Ser é ver?

Ver é valer?

Tino é mimo,

Sina ou dínamo?

 

Ser é arder?

Arder, beber?

Gole é escola,

Fole ou ópio?

 

Ser é erguer?

Erguer, vencer?

Prumo é triunfo,

                                      Truque ou fumo?

 

Ser ou doer?

Doer é prazer?

Gozo é coito,

Coice ou cocho?

 

Ser é ser?

Ser é não ser?

Morte é trote,

Corte ou porte?

 

 

* Texto y poema extraído de CHAMIE, Mario.  “Poema-praxis: un acontecimiento revolucionario.” In: REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA, Tomo III, Número 9, junio 1964, p. 171-199.

 

 

 

*

VEJA e LEIA  outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html

 

Página publicada em junho de 2022


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar